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Técnica de papiloscopia permite identificação de corpos em avançado estágio de decomposição

 
Considerada o ponto de partida para a investigação criminal, a identificação necropapiloscópica é o método mais usual e célere, utilizado pela Gerência de Plantão Integrado da Diretoria Metropolitana de Identificação Técnica. O processo é acionado na busca de identificação dos corpos que dão entrada no IML, sejam eles de identidade provável, suposta, ou não identificados. 
 
De acordo com a gerência somente em 2015, 779 identificações necropapiloscópicas foram realizadas na capital e região metropolitana. O serviço corresponde a mais de 90% da demanda por identificação cadavérica no Instituto Médico Legal da Politec. 
 
O trabalho é feito pelos papiloscopistas que buscam nos métodos científicos disponíveis devolver a identidade aos cadáveres não identificados, conforme o estado de conservação das papilas dérmicas presentes na superfície dos dedos das mãos e dos pés das vítimas. Quando a condição não é favorável, a identificação é feita por odontologistas através da arcada dentária, e em última instância, por meio de DNA. 
 
Dentre os métodos utilizados no processo de identificação necropapiloscópica, e indicados no Procedimento Operacional Padrão da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) estão o método tradicional (atintamento), micro-adesão (revelação e decalcagem com pó), luva-cadavérica (em caso de afogados e cadáveres em avançado estágio de putrefação) e fotografia direta. 
 
Nos casos em que as digitais não estão visíveis devido ao avançado estado de decomposição dos corpos é feita a dissecação dos dedos e reidratação da epiderme em solução de hidróxido de sódio e potássio e álcool. 
 
“Esta técnica garante 96% de regeneração das papilas dérmicas, permitindo a coleta e impressão das digitais em tinta”, explicou o papiloscopista Wilton Souza de Arruda. Segundo Wilton, a técnica é aplicada aos corpos parcialmente carbonizados, esqueletizados, e àqueles que não entraram em estado de decomposição (saponificados e mumificados). 
 
A mumificação é um fenômeno cadavérico cujo corpo ficou exposto em condições que garantiram a desidratação rápida, de modo a impedir a ação microbiana, responsável pela putrefação. 
 
Foi o caso do corpo de uma mulher localizado em estado de mumificação, atrás de uma residência em Poconé no início deste mês. Em três dias, os papiloscopistas conseguiram identificar a vítima C.M.S, através da técnica de reidratação da epiderme. Conforme Wilton Arruda o corpo estava desaparecido há 10 dias. 
 
“Após a coleta das digitais regeneradas foi localizado o prontuário civil da vítima, que foi confrontado, e o resultado deu positivo”, afirmou. De janeiro a setembro deste ano cerca de 30 corpos foram identificados através deste método. 
 
As impressões coletadas são arquivadas para identificação futura de pessoas desaparecidas. O material genético das vítimas também pode ser extraído, processado e inserido no Banco de Perfis Genéticos da Politec. 
 
Para a papiloscopista Simone Mariana Delgado, o trabalho dos necropapiloscopistas é árduo, porém gratificante. “Lidamos corriqueiramente com os maiores medos da humanidade, a morte e a violência. Porém, é um trabalho gratificante, pois vai além do auxílio à persecução penal, é um instrumento que serve como garantia de dignidade humana, princípio basilar da nossa República”, destacou. 
 
Participaram deste trabalho os papiloscopistas Wilton Souza de Arruda, Simone Mariana Delgado, Gilsa Aguiar, Leandro Ferreira, Rui Galhardo e Cristiano Mendes.
 
FONTE:  TITA MARA TEIXEIRA
Assessoria/Politec-MT  21/09/2015 - 10:54